Páginas

sábado, 22 de outubro de 2016

Magic Numbers reúne público tímido, porém apaixonado, no Cine Joia - SP


Há diversos tipos de bandas. As que começam com um álbum arrebatador e, mesmo lançando material novo, vive às custas dos primeiros singles (as famigerados one hit bands). Há os que igualmente estreiam arrebentando, mas, em um segundo momento, deixam de lado o primogênito, “traindo” o público original e sempre tocando para os fãs mais novos.

E há bandas como Magic Numbers, que, álbum a álbum, lançam materiais bem diferentes um do outro, sem negar ou esquecer seu passado. Prova disso, foi o show realizado neste domingo, 16 de outubro de 2016, no Cine Joia, em São Paulo, que reuniu poucos, porém muito apaixonados fãs.

O ano era 2005 quando a banda londrina lançou o primeiro álbum, de mesmo nome, e fez um barulho grande na cena indie hipster, que ainda aspirava em ser o que é hoje. Músicas fofas, guitarras leves, integrantes simpáticos, sendo dois barbudos e duas garotas. Morning Elevens, Forever Lost, I see You, You See Me e Love is a Game apareceram no show.

Músicas de todos os álbuns seguintes também foram executadas. This is a Song, do Those the Brokes (entretanto, não tocaram Take a Chance),Why Did You Call, do The Runaway, e Roy Orbison, do Alias, entre muitas outras. A surpresa foi pela música inédita, de um futuro quinto álbum prometido ao vivo, que, fugindo da leveza progressiva ocorrida álbum após álbum, mostra a banda ainda respirando rock’n roll. Ah, de bônus, ainda houve uma bela versão de Harvest Moon, de Neil Young. Ah, vale destacar que, antes de tudo, a baixista Michele Stodart, apresentou algumas músicas do seu projeto solo e álbum Pieces.

Mais de dez anos depois do primeiro álbum, mesmo não sustentando todo o sucesso do de estreia, é gostoso ver como uma banda se mantém fiel e lançando materiais criativos e bem executados ao vivo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Você vai morrer de amores: Tartaro, ep solo de Maronka


Você vai morrer de amores por esse texto. "Por quê?" você pergunta. Eu digo: o começo de um texto deve ser instigante. Solte algo misterioso, grotesco talvez, de várias interpretações, só de inicio, de meio ou de fim. Em Mad Max, você não respira nos primeiros quinze minutos. E, depois disso, vai querer entender o que foi tudo aquilo. Ok, mas Mad Max não é um texto.

Tartaro, ep solo de Guilherme Maronka, também não. E Vermelho, canção que abre a parada toda, ainda assim, é um bom começo. Pop, fluida, forte, sincera, uma segurança por ser inseguro, uma busca certa pelo descontrole. Ela começa robusta, o refrão não demora a vir e te segura até o fim da história (ficando na sua cabeça até o fim da vida). Na verdade, até o próximo capítulo.

Um texto com bom começo garante para o autor mais liberdade. Agora, pode explorar outras linguagens, afinal, já comprou sua atenção, o mínimo que pode fazer é dar a chance para ele contar os detalhes em outros ritmos. Scream, que precisou de quase uma dezena de filmes para contar o mesmo enredo, agora virou série. Não é bem disso que estou falando, Scream nem é texto.

Congelado, a balada não dançante, também não, mas traz uma liberdade de acalmar a alma, indolor para falar de dor – ou ao menos de melancolia -, e, assim como logo vem, se vai. Abre caminho para o sucesso, pelo menos de vezes escutadas, Panapaná. É clara a influência de Esteban em Maronka, que se apropria das referências e lança algo seu, como se falasse "daqui, deixa eu fazer do meu jeito". Ou "deixa eu colocar um pouco mais de distorção nisso".

Ao desfecho de um texto, um plot twist é sempre bem-vindo para não se perder o interesse pelo final, a não ser que você seja o Shyamalan. Pra ele, plot twist seria não tê-lo. Mas Shyamalan, a rigor, não se dedica a textos como produto final. Nem Preto/Branco Pt II, que encerra Tartaro, funcionando como uma conversa e um cair no sono após [coloque aqui algo que você gosta muito]. A surpresa fica por conta de um material de tamanha qualidade vindo assim, de forma inesperada.

Sei que não morreu de amores por esse texto. Pois é, muitas obras não cumprem o que prometem. Por falar em Shyamalan, lembra o que a campanha publicitária de Corpo Fechado prometeu e o filme, ainda bem, não entregou? Acontece. Mas você vai morrer de amores por Tartaro. Confie em mim. Se você odiou o texto, bom, todo mundo merece uma segunda chance. Se gostou, ganhei sua confiança, então segue aí a dica e dá o play.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Pague a música


O download ilegal de músicas não tem mais espaço. Não tem desculpas tampouco motivos. Tinha, mas não tem mais. O CD é uma bizarra criatura, uma fase de transição entre o LP, mídia física oficial e definitiva da música para aqueles que fazem questão da posse, e o streaming. O CD é caro, pequeno - porém não portátil -, com encartes que desvalorizam a arte.

Em épocas em que as formas de ouvir música eram rádios e programas de TV (leia-se jabá) ou a compra de CDs caríssimos (que, salvo você tenha um bom investimento direcionado para isso, não tinha como ter uma coleção muito grande tampouco se manter atualizado com todas as novidades de suas bandas favoritas); a internet veio como uma heroína anárquica, com a possibilidade de se ter todas as músicas do mundo em seu computador - e de graça!

O então formato de produzir e viver de música usado pelas gravadoras e distribuidoras levaram um soco na cara. Tentaram revidar algumas vezes, sem - ou com pouco - sucesso, ao processar alguns mártires da pirataria digital - por vezes, até involuntários, sem a ciência de que estavam cometendo um crime. Queriam enfiar goela abaixo que somente com a compra do CD original você não era um criminoso e que estava ajudando a manter sua banda favorita em atividade
.
Assim como no futebol, esse regra do cantor milionário só é válido para algumas poucas bandas, em comparação com a quantidade de artistas existentes no total.

A internet e a evolução da banda (de navegação, não musical) fez crescer o uso de sites de downloads e torrents. O computador se popularizou, assim como a internet rápida. Toda a produção musical do mundo estava ao alcance de um clique.

O mercado da música teve que mudar. Vieram alguns tentativas bizarras. O CD com proteção de cópia, o compra de MP3 (sim, isso é bizarro)… tentativas frustradas, pois nenhum desses processos ganhava da facilidade de fazer um download ilegal. E ainda se agarrava ao conceito de “posse” da música. A música ainda era um produto "físico", e não um serviço, uma experiência. Ao menos, não era tratada como tal.

Bandas, gravadoras e distribuidoras foram sambando até achar o formato ideal. Não encontrou ainda um meio que valorize de fato a banda, mas o streaming, hoje, é o ideal para o consumidor.

O consumidor de música queria música grátis. Hoje tem. O consumidor queria música barata. Hoje tem. O consumidor queria facilidade para acessar suas músicas, onde quer que esteja. Hoje tem. Atualmente, é muito mais fácil assinar um serviço de streaming de música do que fazer uma busca e encontrar um álbum de qualidade, com as faixas corretas.

Youtube, Google Play Music, Deezer, Rdio, Spotify. Legais, pagando as taxas e impostos, com preços acessíveis, permitem o acesso online e offline de milhares de músicas. Não são todas as músicas, é claro. Mas, até hoje, eu não tive uma falha sequer na busca de uma banda que eu gostaria de ouvir.

Assim como nos anos 90 e 00, ainda não é justo para todas as partes. As bandas ganham muito pouco por audição nos serviços de streaming. Mas é um contrato e ele foi aceito. Bandas que querem cortar esse intermediário têm como fazer: bandcamp, financiamentos via crowdsourcing, aplicativos...

Quanto às formas de pagamento, estão cada vez mais diversificandos e acessíveis: paypal não exige um cartão internacional e há cartões de crédito pré-pagos que não pede comprovação de renda nem conta corrente. Ainda assim, a gratuitade de streaming integral ou de download pode ser estratégica para a banda - ou podem ter fontes de renda diversificadas, como patrocínios.

E para quem acha que banda pode viver só de show, isso é mito. Ter banda é um trabalho que precisa ser pago. E, para o consumidor, não há mais desculpas para não pagar por ela.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

the Glassbox e Bloodbuzz dividem o palco no Espaço Cultural Zapata

Em plena quinta-feira, 29, bandas se apresentam na capital paulista

 the Glassbox e Bloodbuzz. Fotos: Caio Augusto e Maíra Medeiros

O que pensar da combinação do post-punk, krautrock e shoegaze com o garage, punk e rock alternativo dos anos 90? A explosividade dessa fórmula pode ser conferida nesta quinta, 29 de janeiro, no Espaço Cultural Zapata (Rua Riachuelo, 328), com a apresentação das bandas the Glassbox e Bloodbuzz.

A primeira, the Glassbox, já com um bom tempo de estrada, vem se dedicando a novas composições e a gravação de novo álbum, com previsão de lançamento ainda para o primeiro semestre.Possui um álbum e um EP anteriores, recheados de cortantes e bons tons. Este último, também com duas músicas em vinil – compacto 7”.Saiba mais em facebook.com/glassboxmusic e theglassbox.bandcamp.com.



Por sua vez, a Bloodbuzz, fundada em 2010, também se encontra em estúdio para gravação de seu álbum de estreia - outro prometido para o primeiro semestre - com um som que mistura distorções cheias e melodias tão solares quanto abrasivas. Saiba mais em facebook.com/bloodbuzzmusic e bloodbuzzmusic.bandacamp.com. A entrada vale os R$10 e as bandas começam a tocar às 21h.



O Espaço Cultural Zapata tem como objetivo resgatar a cultura underground no centro velho de São Paulo, com um espaço dedicado à promoção de vários âmbitos da cultura, contando com shows, teatro, exposições, cervejas e drinks especiais. Saiba mais: https://www.facebook.com/pages/Centro-Cultural-Zapata/577132585748351.

Serviço 
the Glassbox e Bloodduzz no Espaço Cultural Zapata
29 de janeiro, quinta-feira, 21h
Rua Riachuelo, 328 (saída José Bonifácio do metrô Anhangabaú)
Entrada: R$10
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/956052594407225/957010444311440

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Como tirar MTB de jornalista em São Paulo - 2015

Eu sou formado em Jornalismo há um bom tempo (2007). Trabalho na área de comunicação desde 2004, quando comecei, ainda no primeiro trimestre de faculdade, a estagiar na área, na assessoria de imprensa da própria faculdade. Por dez anos, trilhei caminhos mais voltados à comunicação integrada do que o jornalismo em si, trabalhando em praticamente todas as áreas de uma agência (redação, revisão, diagramação, arte, atendimento, planejamento…).

Depois de toda essa trajetória, tive uma ótima oportunidade de "voltar às origens", com um cargo de assessoria de imprensa e novas mídias. Como até então toda minha experiência profissional se passou dentro de agências de comunicação, nunca foi necessário o diploma, tampouco o MTB, o registro de jornalista. Entretanto, nessa nova jornada, percebi que seria muito importante possuir a regulamentação.

Como fiel exemplar da Geração Y, busquei na internet como tirar o MTB e encontrei alguns posts. Entretanto, devido, talvez, a mudanças no procedimento com o passar dos anos, nenhum dos conteúdos que encontrei bateram 100% com o procedimento que passei na vida real para tirar o meu MTB.

Antes de dar o passo a passo de como fiz, acho interessante deixar claro qual era a minha situação: sou jornalista formado, moro na cidade de São Paulo, colei grau, mas não havia solicitado diploma. Há outras formas de conseguir o MTB, mas este post é para aqueles que se formaram.

• Passo 1: Solicitar na faculdade os documentos que serão utilizados para tirar o MTB. Você vai precisar de dois no primeiro momento: certidão de colação de grau e histórico do seu curso, com todas as notas; e, num segundo momento - não agora: o diploma. Vale falar que o diploma, no caso da minha faculdade - não sei as outras - demora bastante (até dez meses) e solicita uns documentos chatinhos, como o histórico do ensino médio. Ligue na sua faculdade e veja o que é necessário. De qualquer forma, já solicite os três.

• Passo 2: Agende no site do MTE seu atendimento, em ATENDIMENTO AGENDADO. No meu caso, eu consegui agendar para um pouco mais de um mês.


Escolha São Paulo. Na tela seguinte, em Estado, escolha SP, Município, escolha São Paulo, Unidade de Atendimento, é a Supertintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo (fica na rua Martins Fontes, 109, perto do Metrô Anhangabaú - na própria plataforma do Metrô já é indicada a saída para chegar na rua Martins Fontes), e, em Tipo de Atendimento, Registro Profissisonal.


Em seguida, irá preencher uma tela com seus dados e poderá agendar dia e horário do atendimento.

• Passo 3: Ao agendar, será gerado um PDF com o seu dia e horário e uma lista de observações que você vai precisará seguir. Imprima esse PDF, pois será necessário apresentá-lo na recepção, no dia do atendimento.

Nesse PDF, é dado um link (http://sirpweb.mte.gov.br/sirpweb/principal.seam) que se pede que acesse antes de ir para o atendimento. Faça isso somente alguns dias antes da data marcada, pois vai ser gerado um novo PDF, cuja validade é de apenas algumas semanas.



• Passo 4: Ao acessar esse link, com data próxima do atendimento, descrito no Passo 3, haverá um formulário que deverá ser preenchido. São informações como RG, CPF, telefone, Endereço, PIS, Carteira de Trabalho... Depois desses dados, um outro formulário se abre, sobre a sua solicitação, que, no meu caso, foi da profissão Jornalista, para atuar como Jornalista. É pedido o CNPJ da sua faculdade (uma busca no Google resolve) e qual documento será usado para comprovar sua escolaridade. No meu caso, eu só tinha o certificado de colação de grau e histórico. Com isso, eu consigo tirar o MTB mas, no prazo de um ano, eu preciso retornar e apresentar o Diploma. Por isso, no Passo 1, tem a dica: já solicite.

Após o preenchimento de todo formulário, será gerado um outro PDF, de três páginas (uma via dupla da solicitação e uma declaração negativa de ilícito - tudo precisa ser impresso e assinado). Além disso, nesse PDF são solicitados alguns documentos para serem levados o original e a cópia:

RG
CPF
Comprovante de endereço
Carteira de Trabalho e Previdência Social
Declaração negativa de ilícito assinada
Certidão de casamento, se tiver mudado o nome
Comprovante da escolaridade (Certificado de Colação e Histórico; ou Diploma)

• Passo 5: No dia do atendimento, recomendo chegar meia hora antes, no meu caso, fui até atendido antes. Ao chegar, você apresenta na recepção o comprovante do agendamento (o primeiro PDF gerado) e simplesmente vai ao guichê, esperar ser chamado pelo nome.

Ao ser atendido, os documentos são validados, comparando as cópias com os originais (leve as cópias e originais de tudo que é pedido). Estando tudo certo, é pedido para que se protocole, no próprio local, indicado pelo(a) atendente e, em seguida, volta ao mesmo guichê com o protocolo> Mais um papel é assinado e pronto. Se estiver tudo certo, será colado na hora uma etiqueta em sua carteira de trabalho com o seu MTB.

No meu caso, ainda terei que retornar para apresentar o Diploma. Talvez, quando for a hora, eu faça um update do post, com esse procedimento que, pelo que entendi, é bem fácil.

O procedimento é simples. O que pode tornar chato ou frustrante é a espera, principalmente quando não se tem todos os documentos. Por exemplo, eu tive que solicitar o histórico do ensino médio, que demora 15 dias para ficar pronto, para só depois solicitar o diploma, que demora até 10 meses, para só assim tirar o MTB, que demora quase dois meses para agendar. Tive que solicitar o histórico, que demora 15 dias, e o certificado de colação, que são mais 5. Eu tive a sorte de não me mudar para longe da escola e da faculdade que me formei.

Espero ter ajudado! Se alguém que tirou o MTB sem ter se formado, quiser colocar o que muda no procedimento nos comentários, fiquem à vontade!

PS: Esse não é um post oficial sobre como tirar MTB de nenhum órgão ou associação. Foi apenas a minha experiência que estou compartilhando. Qualquer dúvida, ligue no Setor de Administração e Registro Profissional (11) 3150-8160 ou 8163.

Comente!